Tecnologia apoia indústria de seguros para enfrentar desafios e riscos climáticos
Executivos da Kakau, CNseg e Brasilseg integram painel sobre os impactos dos eventos climáticos no setor de seguros
“Hoje em dia já não podemos mais falar que os eventos climáticos extremos não impactam o Brasil”, ponderou a Diretora de Sustentabilidade da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Ana Cristina Barros, durante o painel “Risco Climático: Como a Tecnologia Apoia a Indústria de Seguros e Desafios para o Futuro”. O momento contou com participação da superintendente de Estratégia, VMO e Governança da Brasilseg, Raquel Gaudêncio, e mediação de Henrique Volpi, CEO da Kakau.
Agenda para riscos climáticos
Na visão de Ana Cristina Barros, torna-se cada vez mais relevante que haja um trabalho em prol de uma agenda prevenção correlacionada aos riscos climáticos. “Um setor com vasta quantidade de ativos e investidor como o mercado de seguros pode auxiliar com medidas como a descarbonização, por exemplo”, afirmou.
Segundo a especialista, “o problema está cada vez maior e precisamos nos adaptar a este mundo, cada vez mais incerto”. “Por isso, considero que a tecnologia é fundamental diante deste contexto. A base de informações do setor é rica para que possamos compreender os efeitos das mudanças climáticas na sociedade”, disse a Diretora de Sustentabilidade da CNseg ao ressaltar a relevância de o setor de seguros trabalhar cada vez mais de maneira conjunta, até mesmo para a formulação de novos modelos preditivos.
Desafios para o futuro
Raquel Gaudêncio sinalizou que todos já estão percebendo os impactos das mudanças climáticas no cotidiano. “Com operações em todo o Brasil, lidamos com estiagens no Nordeste, eventos de enchentes no Rio Grande do Sul e secas no Centro-Oeste, por exemplo, resultando em impactos na agricultura, aumento da temperatura e outras questões diversas”, revelou.
Na visão da superintendente de Estratégia, VMO e Governança da Brasilseg, entre os principais desafios para o futuro, estão os desafios correlacionados com a complexidade de riscos, cada vez menos previsíveis e sofisticados. “Além disso, a crescente frequência de eventos extremos pode aumentar os custos de sinistros, desafiando as seguradoras na precificação adequada dos produtos. Também precisamos ponderar questões éticas sobre a responsabilidade na gestão de riscos, além de regulamentações ambientais e políticas públicas, assim como medidas para adaptação e resiliência climática para ajustar as estratégias de mitigação de riscos”, afirmou a executiva.
Modelos preditivos
Além disso, Raquel citou alguns exemplos da aplicação de tecnologia para o desenvolvimento de modelos preditivos na Brasilseg. “A startup de processamento de dados IMBR avalia o perfil climático das localidades, a tipologia do solo, a produtividade histórica e as inferências, além do monitoramento dinâmico da safra, teor e estoque de carbono no solo, além da classificação de riscos em áreas agrícolas”, comentou ao ponderar sobre a utilização de tecnologia e os impactos das mudanças climáticas no Seguro Rural.
A executiva também mencionou que a Brasilseg tem efetivado testes em ambientes controlados para utilizar a Inteligência Artificial na subscrição rural. “Essa solução busca melhorar a eficiência e precisão na análise de riscos, com a integração de dados geoespaciais e perfil dos clientes”, ponderou.
Todavia, Raquel Gaudêncio ainda demonstrou como a tecnologia tem sido aplicada para regulação de sinistros na Brasilseg. “Contamos com ferramentas como o questionário eletrônico, além do sensoriamento remoto, que permite a validação de eventos com base em imagens de satélite. Também conseguimos avaliar a velocidade dos ventos com base nas ferramentas da Geosys e do Inmet. Outro ponto é que conseguimos aperfeiçoar a utilização de sistemas de autovistorias, reduzindo o tempo de contato, maior comodidade para o cliente, além de ganhar eficiência na gestão dos sinistros dos Seguros Residenciais”, complementou.
A executiva ainda aproveitou a ocasião para divulgar o relatório de sustentabilidade da Brasilseg, disponível neste endereço. Além disso, ela apresentou a plataforma Broto, desenvolvida especialmente para o produtor rural e transformação do agronegócio.
Catástrofe no Rio Grande do Sul
Chega a R$ 200 bilhões o custo para reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes registradas no mês de maio. “Menos de 10% disso deve estar segurado. Quanto disso não poderia voltar à economia se a cobertura securitária fosse maior”, analisou.
Nesse sentido, a Diretora da CNseg destacou a relevância do seguro social voltado à catástrofes. “Este projeto já está em tramitação no Congresso Nacional para o desenvolvimento de respostas rápidas para indenizar a população neste tipo de perdas de uma maneira mais rápida”, compartilhou.
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