Seguradoras enfrentam desafios na adaptação de pagamentos no ambiente digital
Da esquerda para a direita: Thiago Nunes, especialista em pagamentos da Vindi; Daniela Dutra, head de pagamentos e serviços bancários da Capgemini; e Nikolaus Maack, head de negócios da Youse Seguros
Tecnologia é aliada para simplificar processos operacionais, mas companhias podem ter dificuldades em reter os seus clientes
Existe uma nova era vigente na jornada de pagamentos e cobranças em seguros. Antigos métodos estão caindo em desuso enquanto outros se tornam imprescindíveis para os clientes bancários. Dados do Banco Central mostram que o uso do PIX, por exemplo, cresceu 75% em 2023 em comparação com o ano anterior. O assunto foi discutido na 7ª edição do Insurtech Brasil, evento de inovação em seguros que aconteceu nesta quarta-feira, 3, em São Paulo.
A diversidade dos meios de pagamento nem sempre pode ser um bom negócio para as companhias do mercado segurador. Na Youse, por exemplo, o único meio utilizado é o cartão de crédito, segundo Nikolaus Maack, head de negócios da companhia. “As seguradoras precisam se adaptar às diversas necessidades dos clientes para seguirem em um caminho rentável”, avaliou. No entanto, de acordo com o executivo, a flexibilização das transferências gera uma facilidade para o cliente no momento da aquisição, mas também produz um conforto de cancelar a qualquer momento ou uma inadimplência maior.
Nesse contexto, para ser rentável, as seguradoras priorizam a fidelização dos clientes a fim de diminuir as evasões. Investir em publicidade para conquistar novos consumidores está se tornando cada vez mais caro. “Dado o custo elevado de investimento para captar clientes, a conta não fecha se ele for embora dentro de três anos”, destacou Maack.
Para Thiago Nunes, especialista em pagamentos da Vindi, pensar como a flexibilização da jornada de pagamentos pode reter consumidores dentro da sua base é fundamental para os negócios. “Está cada vez mais caro conseguir clientes”, ponderou.
O executivo lembrou que em muitas ocasiões a empresa perde o contato com o consumidor porque os dados do cartão de crédito mudaram, ou por uma simples troca de instituição bancária. Por isso, é fundamental “criar mecanismos de engajamento e de comunicação”, pontuou.
Em concordância com Nunes, Daniela Dutra, head de pagamentos e serviços bancários da Capgemini, enfatizou a eficiência operacional como chave para facilitar tanto a vida do cliente quanto a operação da seguradora. Isso inclui, segundo ela, a utilização de hubs para transformar e simplificar as operações, reduzindo, assim, a complexidade.
A executiva afirmou que as empresas precisam ser muito eficientes em relação aos seus métodos de recebimento e que esse é um grande dilema. “Com a multiplicidade de ferramentas, manter o pagamento recorrente é um desafio”.
A 7ª edição do Insurtech Brasil conta com apoio da TransUnion, Vindi, CSD BR, Sompo Seguros, .add, Guy Carpenter, FF Seguros, Conversu, Lina, Sensedia, Split Risk, Lefosse, Alper, Evertec + Sinqia, 180 Seguros, Guru Spoc, Pier, Suthub, Guidewire, Capgemini, Poupz, Izzidata e Smash Gift Cards.