O futuro do MGA no mercado de seguros
O conceito de Managing General Agent (MGA) está ganhando relevância no mercado de seguros brasileiro. Antes de 2021, a figura do MGA não existia no Brasil devido a uma legislação que impedia a terceirização de atividades de seguros. No entanto, a implantação do MGA trouxe novas oportunidades e desafios para o setor.
Segundo Luciana Prado, sócia da Lefosse, o MGA pode desempenhar três papéis fundamentais no mercado de seguros. “Primeiramente, a distribuição de seguros; em segundo lugar, a melhoria da experiência do cliente; e, finalmente, a administração e inovação no negócio de seguros. Esses papéis são essenciais para o crescimento e expansão do mercado de seguros no Brasil, possibilitando uma maior capilaridade e alcance ao cliente final”.
Rafael Cló, CEO da Azos, destaca a importância de uma estruturação bem planejada para a implementação do MGA. Ele observa que o ciclo de crescimento do MGA começou em 2020 e não tem volta. Segundo ele, as seguradoras estão cada vez mais receptivas e interessadas em investir em novas iniciativas. “Estamos passando por um ciclo de novos projetos, com muitas oportunidades para inovação no futuro”, afirma Cló.
Guilherme Wroclawski, fundador e co-CEO da Hero Seguros, especializada em seguro viagem, ressalta a relevância do MGA no contexto de inovação. Segundo ele, o modelo de MGA tem uma profundidade comparável ao Sandbox, embora menos barulhento. “É difícil existir uma tese de inovação no mercado que o MGA não cubra. Nos mercados maduros, o MGA tem uma participação significativa de market share. O MGA deve estar na visão das novas insurtechs e empresas do mercado”, enfatiza Wroclawski.
Pedro Pires, CEO da Split Risk, compartilha a opinião de que o papel do MGA é um caminho sem volta. Ele observa que, apesar da resistência inicial, a indústria está mais aberta ao diálogo. “O maior árbitro do mercado é o consumidor final, que aprovou esse modelo. As companhias terão dificuldade para se integrar com o MGA porque é uma figura nova. No entanto, o MGA tem mais condições de atender ao novo segurado, que por algum motivo não encontra um produto adequado ao seu perfil”, explica Pires.
O MGA como ferramenta de inovação
Luciana Prado ressalta que as empresas precisam ser mais ágeis para incorporar a ferramenta MGA. “Estamos vivendo um momento em que os projetos de tecnologia estão distribuídos entre o sandbox, MGA e seguradoras, e até mesmo com corretores de seguros”, observa Luciana. Para ela, “o MGA representa uma oportunidade de revolucionar o mercado, funcionando como intermediário e trazendo novos segurados”.
Rafael Cló destaca a importância do capital para o crescimento das iniciativas MGA. “O que aconteceu no mercado financeiro nos últimos 10 anos é o que acontecerá no mercado de seguros. Para crescer, será necessário muito capital, como exemplo, o Nubank, que precisou de bilhões de reais para quebrar a inércia inicial do negócio”, afirma Cló.
O modelo de MGA está se estabelecendo como uma ferramenta essencial para a inovação e expansão do mercado de seguros no Brasil. Apesar dos desafios, as oportunidades são vastas, e o futuro aponta para uma maior integração e aceitação dessa figura no mercado. Empresas e seguradoras precisam estar preparadas para investir e adaptar-se a essa nova realidade, garantindo um crescimento sustentável e eficiente.
A 7ª edição do Insurtech Brasil conta com apoio da TransUnion, Vindi, CSD BR, Sompo Seguros, .add, Guy Carpenter, FF Seguros, Conversu, Lina, Sensedia, Split Risk, Lefosse, Alper, Evertec + Sinqia, 180 Seguros, Guru Spoc, Pier, Suthub, Guidewire, Capgemini, Poupz, Izzidata e Smash Gift Cards.