Mesa-redonda do Insurtech Brasil 2024 reúne CEOs das primeiras edições do Sandbox Regulatório
Executivos da 88i, IZA, Pin Seguradora e Split Risk abordaram principais desafios ao participar dos editais promovidos pela Susep
Um dos momentos mais aguardados pelos participantes do Insurtech Brasil 2024 foi a mesa-redonda com CEOs e executivos de insurtechs que participaram dos primeiros editais do Sandbox Regulatório promovido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Esse ambiente experimental visa testar novas soluções no mercado segurador brasileiro, proporcionando um espaço para inovações e adaptações necessárias ao setor. O momento contou com mediação do CEO do Insurtech Brasil, José Prado.
Desafios em relação ao capital
Rodrigo Ventura, CEO da 88i, iniciou a discussão abordando os desafios enfrentados no início da participação no Sandbox Regulatório. “Acredito que este momento é especialmente destinado para quem deseja participar das próximas edições do Sandbox Regulatório. O maior desafio no início dessa atuação foi em relação ao capital. Iniciei minha jornada no setor através da distribuição. Já iniciamos tendo a tecnologia e atuando com um produto específico. Entretanto, observamos outras necessidades que não existiam até então. O capital para o Sandbox Regulatório é R$ 1 milhão, na verdade são R$ 2 milhões, pois é preciso ter o dobro da capacidade a fim de continuar com as operações. Nesse nível de entrada essas são as limitações. Pivotamos produto e público, variando do B2C para o B2B, e isso revela a necessidade em contar com um time de ninjas”.
Ele também mencionou a relevância do desenvolvimento de um bom plano de negócios e a necessidade de engajar as pessoas no projeto. “Observamos que são vastos os investimentos por parte das grandes companhias em Google Adsense, por exemplo. Outro desafio possui relação com o breakeven, que significa atingir o ponto de maturação e conquista da lucratividade por parte das operações”, acrescentou Ventura. Além disso, destacou a importância de comprovar a origem dos recursos, onde os investidores precisam compartilhar suas declarações de Imposto de Renda.
Identificação do público-alvo
Amanda Senedesi, cofundadora da IZA, elencou a identificação do público-alvo como um dos passos mais desafiadores ao iniciar no Sandbox Regulatório. “Iniciamos nossa trajetória e fomos mudando o nosso direcionamento. São 36 meses para você nascer, criar seus processos, ter uma área para regulação e ainda atingir o público do zero. De um processo de Sandbox para o outro, existem aprimoramentos. Começamos a trabalhar muito antes da respectiva autorização, devido ao prazo existente para este processo, especialmente no trabalho de captação de investimentos e formação de time”.
Amanda enfatizou a necessidade de começar a trabalhar antes mesmo de obter a licença. “Já estávamos contratando pessoas, montando sistemas. Isso é um risco que precisa ser muito bem calculado. Não dá para esperar a licença chegar para você começar a trabalhar e, mesmo assim, quando a licença chegou, levamos de um a dois meses para iniciar a emissão de apólices de seguros”. Ela também mencionou a complexidade do processo de captação de investimentos, onde, muitas vezes, é preciso falar com mais de 40 pessoas para conseguir um aporte.
Adaptar soluções e boa estruturação do projeto
Juarez Dias, fundador e CEO da Pin Seguradora, ressaltou a importância de adaptar as soluções conforme as especificações do Sandbox Regulatório. “Precisamos adaptar nossas soluções conforme as especificações do Sandbox Regulatório, especialmente falando sobre a questão da Importância Segurada (IS). Passamos um bom tempo nos preparando para isso. A companhia opera especialmente com soluções voltadas ao agronegócio. É necessário também possuir uma boa assessoria jurídica para realizar o processo de adesão ao Sandbox Regulatório, pois a cada nova exigência, perde-se muito tempo. A única certeza, até que se comece a faturar, é que serão pagos muitos boletos”.
Rudh Menezello, Diretor Comercial, de Vendas e Marketing da Split Risk, comentou sobre a rapidez com que o tempo passa durante o processo. “Um dos principais desafios, além das questões relacionadas ao capital, tem relação com o tempo, que passa muito rápido. No nosso caso, respeitamos todas as etapas do processo. Se hoje a gente olha para as 32 empresas participantes dos dois processos anteriores, 15 já estão fora do jogo. Por isso a importância de uma boa estruturação do projeto. No começo é árduo, mas no final vemos que todo o processo vale a pena”.
A Split Risk é uma seguradora digital que atua no modelo Insurance as a Service e possui foco em desenvolver produtos de Seguro Auto em uma plataforma white label. Dessa maneira, os parceiros da empresa conseguem atender seus clientes de maneira customizada e atender todas as garantias legais da Susep. Em 2023, a empresa encerrou o ano com mais de R$ 11,5 milhões em prêmios e mais de 21 mil apólices emitidas.
Todos os executivos presentes concordaram que, olhando para o passado, teriam se preparado ainda mais antes de entrar no processo de Sandbox Regulatório, se pudessem alterar algum posicionamento ao longo dessa trajetória.
A 7ª edição do Insurtech Brasil conta com apoio da TransUnion, Vindi, CSD BR, Sompo Seguros, .add, Guy Carpenter, FF Seguros, Conversu, Lina, Sensedia, Split Risk, Lefosse, Alper, Evertec + Sinqia, 180 Seguros, Guru Spoc, Pier, Suthub, Guidewire, Capgemini, Poupz, Izzidata e Smash Gift Cards.