Agenda moderna com Open Insurance e sandbox
A regulação do mercado esteve na pautado Insurtech Brasil 2023. Sob a mediação de Roberto Panucci, advogado e sócio da Souza, Mello e Torres, Bárbara Possignolo, director of Legal & Compliance da Pier e presidente da Associação Brasileira de Insurtech, e Alexandre Leal, diretor técnico da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) foram protagonistas do painel “Perspectivas Regulatórias: Desvendando as Mudanças Recentes e Preparando-se para os Desafios do Futuro”.
“Nos últimos 15 anos, Panucci acompanhou todo o processo de regulação de seguros e a aprovação de produtos. Em sua análise, as mudanças no mercado envolvem a entrada de novas seguradoras e distribuição. Bárbara reconhece que o mercado se desenvolveu nos últimos tempos. As seguradoras passaram por processos difíceis em relação à solvência e outras situações desafiadoras.
“A agenda da Susep se modernizou e as mudanças promovidas propiciaram inovação, como a flexibilização do seguro de pessoas”, reforçou Bárbara. A executiva da Pier acredita que o próprio Open Insurance trouxe a modernização tão esperada. Citou a aprovação do sandbox regulatório e as novas insurtechs que surgiram no cenário, além das coberturas inovadoras que o mercado se beneficiou.
Leal lembrou que nos anos de 2005 e 2006 a Susep buscou uma convergência em face de vários interesses em jogo. “As empresas começaram a olhar para “fora da caixinha”. E obter liberdade de idealizar regras e produtos. Três anos (período de implementação estipulado pela Susep) é um tempo muito curto para uma empresa se inserir no ambiente do sandbox”, argumentou.
O diretor da CNseg destacou, no entanto, o aspecto positivo da entrada de novos players e soluções e que o OI trouxe mais inovação ao segurado. “O Open Insurance não é tão rápido na sua implantação porque trata-se de um sistema complexo, mas exibe um grande potencial aos players e clientes”, emendou Bárbara.
Desafio da transição
Num segundo momento, o mediador Panucci abordou a segurança no mercado mediante às inovações. Para Leal, o OI, com toda a reconhecida complexidade, exige uma estrutura forte de governança e conformidade dentro das empresas para que tudo saia como o planejado. Em termos de estrutura de gestão de risco e governança, a Susep deu um “empurrão importante”, sobretudo quando o setor sofreu oscilações no período de pandemia.
O desafio da transição na Pier foi destacado por Bárbara. “Antes do sandbox, atuávamos como estipulante. Já éramos ‘grande’ quando a Susep concedeu mais limites no segundo edital. Entramos no sandbox com a ‘cabeça’ de seguradora. Foi uma transição complexa, mas nos preparamos, saindo do S3 (empresas de menor porte, com provisões técnicas inferiores a 0,2%) para S4 (integrado por companhias que possuem apenas investimentos)”.
Na visão de Alexandre Leal, a própria Susep se surpreendeu com a aderência resultante do sandbox com o amadurecimento dos projetos inclusive. “A aderência também precisará partir do consumidor”, alerta. Outro aspecto importante reiterado por Leal refere-se aos compromissos a serem assumidos pelas empresas ao saírem do ambiente de sandbox, cuja regulamentação é específica e adequada para cada player entrante.