Cultura organizacional é o principal desafio para a inovação em seguros
Da esquerda para a direita: Fabio Nogi, head de inovações da Seguros Unimed; Ricardo Nishimura, sócio da Rini; Gabriel Vasconcellos, head de inovação do IRB; Felipe Szuster, gerente de inovação da Bradesco Seguros
Em evento que discutiu o futuro do mercado segurador, especialistas comentaram sobre um ambiente mais democrático nas corporações
O fomento da inovação nas companhias é um dos muitos desafios que o mercado de seguros brasileiro enfrenta. Estratégias devem ser traçadas para incentivar todos os setores das empresas a oxigenar ideias e transformá-las em um grande projeto. Executivos discutiram esse tema no painel ‘O Desafio de Criar uma Cultura de Inovação em Seguros’, exposto no Insurtech Brasil 2024, evento de inovação que aconteceu nesta quarta-feira, 3, em São Paulo.
Promover um ambiente no qual a inovação seja incentivada em todos os níveis pode criar canais de comunicação abertos para ideais. O head de inovações da Seguros Unimed, Fabio Nogi, explicou que as lideranças das organizações devem desnudar-se do poder e empoderar os funcionários. “A inovação tem que brotar da cabeça de cada colaborador”.
Nogi destacou que é preciso quebrar hábitos enraizados na sociedade como a punição de erros por uma eventual renovação. “Temos a ideia de que a transmissão do conhecimento é unilateral e que somos destinados a não errar. A abertura para que todos os colaboradores tentem algo novo é um dos maiores desafios”. Entretanto, um mercado que é aberto a conexões, como é o de seguros, é um ambiente fértil para conexões, segundo o executivo. “Ganhamos muito trocando experiências”, salientou.
Um ‘outsider’ no mercado de seguros, Gabriel Vasconcellos, head de inovação do IRB, trabalha há pouco tempo no setor. Ele avaliou que a cultura da renovação é um desafio não só para o mercado de seguros, mas também para outros setores de produção. Segundo ele, propor ideias que reformem o status quo vigente sempre enfrentam resistência, pois mexe com vários paradigmas.
O erro faz parte do processo
Vasconcellos alertou que os fomentos a ideias inovadoras têm suas limitações. Por isso, segundo ele, é importante que as organizações criem seu departamento de inovação para capacitar seus colaboradores. “Nem todo mundo vai tirar da cabeça uma ideia que vai transformar a companhia. A área de inovação é a guardiã desses processos”.
Já Felipe Szuster, gerente de inovação da Bradesco Seguros, entende que democratizar o suporte a ideias criativas é um grande avanço para as organizações. “É um desafio, mas devem ser encontradas atividades para que todo mundo possa participar da inovação”, destacou. Atualmente, a seguradora tem oito mil colaboradores dedicados para essas ideias.
Szuster argumentou que é preciso criar um ambiente adequado para a renovação. “O papel da empresa é ajudar a entregar o caminho. Nesse sentido, é preciso criar um ambiente seguro para que as pessoas se sintam confortáveis em desenvolver melhorias”.