Especialistas analisam evolução, tendências e inovações do mercado de seguros
Clientecentrismo tem revolucionado o relacionamento do consumidor com as soluções oferecidas pela indústria seguradora
O segundo painel do Insurtech Brasil 2023 abordou a “Evolução do Mercado de Seguros, Tendências e Inovações”. Durante o encontro, os especialistas comentaram as perdas em razão de eventos climáticos e pela pandemia de coronavírus, além do modo como o clientecentrismo tem revolucionado o relacionamento do consumidor com as soluções oferecidas pela indústria seguradora. Os executivos analisaram, ainda, o cenário do trabalho híbrido e remoto na atualidade.
Foco nas necessidades do cliente
CEO da 180º Seguros, Mauro Levi lembrou que a empresa atuava como corretora e, recentemente, recebeu autorização para atuar como seguradora nível S3 pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). “Atuamos com foco no B2B2C e temos uma pegada mais tecnológica. A maior parte do nosso time está ligada à tecnologia e produtos. Construímos nosso core system dentro de casa, com foco em serviços e no entendimento do cliente. Por isso, acreditamos na flexibilidade para que nossos parceiros tenham controle na oferta deles”, sinalizou.
Mauro demonstrou que uma preocupação dos investidores internacionais tem sido o ambiente inflacionário em todo o planeta. “Hoje, vemos muitas pessoas falando em novos negócios. Estamos em um momento em que é preciso mostrar muito mais que uma apresentação de PowerPoint. É preciso demonstrar sustância”, compartilhou.
Na visão do CEO da 180º Seguros, o intuito da empresa é oferecer o produto certo, para o cliente certo, no momento certo. “Não pretendemos vender direto. Queremos trazer melhores produtos de seguros na ponta, fomentando a cultura de seguros”, explicou. “Hoje, uma empresa de seguros tem outra visão sobre a comercialização de suas soluções, mas se o cliente não tem uma boa experiência isso traz um impacto muito grande para essa marca. Por isso, precisamos nos diferenciar e transformar o momento do sinistro em algo positivo”, argumentou.
Democratização do seguro no Brasil
Gabriel de Ségur, CEO da IZA Seguros, enfatizou a proposta da empresa em oferecer proteção social para os mais de 40 milhões de autônomos existentes no Brasil. “Temos um público que não possui acesso aos produtos de seguros e há espaço para desenvolver, cada vez mais, um mercado mais pujante. Pensamos sempre em qual problema queremos resolver para o consumidor”, revelou.
Na visão do executivo, o Sandbox abriu a possibilidade de testar e democratizar o acesso para quem ainda estava fora do mercado de seguros. “Dá para inovar. Temos um país com 217 milhões de consumidores, com diversidade continental. Nosso negócio é oferecer atendimento e pagar sinistros. Isso que o cliente procura. Queremos que o seguro seja menos complicado e menos burocrático”, projetou ao demonstrar a importância do suporte do ressegurador.
De acordo com Gabriel de Ségur, a IZA tem o intuito de democratizar o seguro no Brasil. “A gente fez uma inovação que vai além do produto. Fizemos a integração de nossas soluções via Application Programming Interface (APIs) e sempre estamos observando e aprendendo”, apresentou. “Fizemos o primeiro seguro on demand intermitente do Brasil, contamos com 380 mil CPFs ativos em nossa base e um Net Promoter Score (NPS) de 91. Essa é uma jornada de longo prazo e que envolve um bom atendimento ao cliente. No final, quem manda é o cliente”, completou.
Resseguro na jornada do consumidor
“Recentemente, tivemos cifras vultuosas em perdas por desastres climáticos. Apenas na safra de 2021 e 2022, registramos R$ 10 bilhões em perdas no agronegócio e isso traz impactos relevantes para o setor de seguros, podendo representar uma retração no mercado”, analisou o Head Brazil & Southern Cone da Swiss Re, Frederico Knapp. “A tendência é de aumento das taxas de uma forma um pouco mais globalizada para que a rentabilidade se estabilize e apresenta uma expectativa de melhora. Vislumbro um balanceamento mais efetivo dos contratos como um todo”, acrescentou.
Knapp demonstrou, ainda, o modo como o resseguro ajuda as insurtechs na validação das jornadas dos consumidores de forma mais assertiva.
Bom momento para investimentos
De acordo com o CEO da Sompo Seguros, o mercado está mais sadio do ponto de vista de riscos e prêmios. “Este é um bom momento para investimentos, estamos fazendo um bom resultado”, destacou Alfredo Lalia Neto. Segundo o executivo, o foco da Sompo no Brasil tem sido em Grandes Riscos, Transportes e Empresas, por exemplo. “Nossa maior dor no momento, entretanto, é identificar empresas que precisam do seguro, mas não conseguimos oferecer por conta do risco muito elevado. A gente não consegue encontrar resseguro e precisamos de mais tecnologia para mitigar esses riscos e torná-los seguráveis”, finalizou.
O Insurtech Brasil 2023 conta com o apoio da Icatu Seguros, Sensedia, Neoway, BB Seguros, Sem Parar, Mapfre, eBaoTech, Sompo Seguros, idwall, Tivit, IZA, Teros, Akad Seguros, ITG, OutSystems, add, EZZE Seguros, Capgemini, TecBan, Marsh McLennan, Guy Carpenter, Picktow, Meu Pet Club, Suthub, Cm.com Brasil, Alper Seguros, Confitec, Assurant, Chubb e Naapi.