Inteligência Artificial Generativa: tecnologia está mudando o jogo no mercado de seguros
Tecnologia oferece mais produtividade e agilidade, mas especialistas defendem regulamentação da utilização da IA Generativa
A 6ª edição do Insurtech Brasil abordou o modo como o uso da Inteligência Artificial Generativa pode trazer mais agilidade na distribuição dos seguros. Para Igor Di Beo, Vice-Presidente Técnico da HDI Seguros, este tipo de tecnologia representa uma nova revolução para a sociedade. O executivo moderou painel sobre o tema, que contou com a participação de Mariana Santana, Head de Inovação da Brasilseg, uma empresa BB Seguros; Daniel Calero, Digital Business Development Manager da Tivit; e André Fichel, Chief Technology Officer da Akad Seguros.
Segundo Mariana, um dos principais desafios é o desenvolvimento de uma comunicação mais empática com o uso da IA. “As empresas que mais tem resultado com Inteligência Artificial já estão conectando com diversos itens, como relógios e outros acessórios, por exemplo”, disse ao ponderar que o uso da Inteligência Artificial também traz alguns riscos.
Para a Head de Inovação da Brasilseg, novidades como o Open Finance e Open Banking possibilitam a geração de insights para oferta das melhores soluções para os consumidores. “O cliente está com alta expectativa e a gente vai atendê-lo levando em conta o comportamento desse consumidor”, afirmou. “O usuário quer soluções completas que resolvam os problemas deles”, complementou.
Hiperpersonalização
Daniel Calero destacou o modo como a IA Generativa consegue identificar padrões, conforme seu treinamento. “Ela consegue acompanhar o pensamento humano e veio para ajudar a criar conteúdo”, ponderou ao citar que o ChatGPT conquistou 100 milhões de usuários em apenas dois meses de existência. “Ele trouxe uma democratização muito o grande para o uso da Inteligência Artificial Generativa”, acrescentou.
Calero também ponderou sobre a necessidade de reflexões e discussões sobre o uso da IA. Além disso, ele mencionou que este tipo de tecnologia permite ir além da segmentação, oferecendo um poder de hiperpersonalização em ofertas para os consumidores. “Atendemos diversos segmentos de mercado e contamos com um laboratório para testes e inovação. Temos algumas soluções integrando o motor do ChatGPT de forma privada e personalizada para alguns clientes, tanto no atendimento interno, como externo, com base nas informações exclusivas dos nossos parceiros, subindo um grande volume dedados que culmina em um sistema conversacional muito fluído. Isso facilita a tomada de decisão, além da identificação de padrões de risco, por exemplo”, declarou.
O Digital Business Development Manager da Tivit também enfatizou o modo como esse tipo de aplicação precisa levar em conta os comportamentos dos clientes. “As companhias têm muitas informações, mas desestruturadas. Estamos evoluindo nessa estruturação para auxiliar nessa jornada. A grande questão nisso tudo é: em quem eu vou confiar meus dados e quais benefícios eu vou ter com isso”, comentou ao defender a regulamentação do uso da Inteligência Artificial.
Agilidade na distribuição de seguros
André Fichel mencionou que a Akad Seguros tem utilizado a Inteligência Artificial para facilitar a distribuição de soluções através dos corretores de seguros. “Contamos com o uso dessas ferramentas, que aumentam a produtividade e geram ideias rápidas, nos departamentos de marketing e design, por exemplo. No futuro existirão os profissionais que utilizam a IA e os que não irão usar. Esses últimos serão substituídos”, apontou o Chief Technology Officer da seguradora.
Fichel apresentou o case do atendente GPT, em fase de testes na companhia. “Qualquer corretor consegue ter acesso. Ele é um chatbot onde podemos transcrever áudios em qualquer idioma e responder o corretor. A primeira fase é mais consultiva e a segunda fase é a venda, onde o parceiro poderá não apenas conversar, mas pedir uma cotação diretamente com o PDF no celular do corretor. Queremos oferecer agilidade fizemos isso pensando nos corretores, compreendendo quais canais eles usam para distribuir esse tipo de produtos, além de como fazer ele vender mais e mais rápido. Queremos revolucionar esse canal de comunicação”, descreveu.
Para o CTO da Akad Seguros, a utilização da IA Generativa trará importantes significativas no comportamento da sociedade. “Comparo esse movimento com o surgimento do GPS nos celulares, ao surgimento do Google ou a recomendação de conteúdos da Netflix. Temos a tendência de seguir aquilo que nos é ranqueado e com a IA Generativa vamos ter um passo a mais para pensar de outras formas e fazer perguntas”, analisou. “Também é relevante pensar em como fazer a melhor pergunta para chegar a melhor resposta. Vamos passar a ter um rascunho do nosso trabalho, independente da profissão, auxiliando a gerar uma primeira informação ou uma análise prévia”, reforçou.
Segundo André Fichel, os dados irão formatar a utilização dessa tecnologia. “Por isso precisamos evitar que os dados sejam enviesados. Temos de olhar, ainda, para questões como a propriedade intelectual e, especialmente, para a transparência com o nosso usuário. Ainda mais em nossa indústria, que é baseada na confiança. Precisamos extrair o melhor da tecnologia”, finalizou.
