Com parcerias em alta, seguradoras, fintechs e corretoras buscam sinergia nos negócios
No Insurtech Brasil 2023, especialistas debateram sobre como encontrar o parceiro ideal para a melhor oferta de seguros
Os canais de distribuição de seguros aumentaram nos últimos anos com o advento das fintechs e das plataformas focadas no comportamento do potencial consumidor. Para operar nesse modelo de negócio, essas empresas buscam parceria com seguradoras e corretoras a fim de agregar valor na jornada de contratação. Entretanto, misturar culturas organizacionais pode ser uma tarefa complexa, segundo especialistas que estiveram no Insurtech Brasil, evento de inovação em seguros que aconteceu em São Paulo nesta terça-feira, 6.
Um dos participantes do painel “Encontrando o Parceiro Ideal: como seguradoras e distribuidoras podem se aliar para a melhor oferta de seguros”, Guilherme Hinrichsen, VP Comercial da Icatu, conta que dificilmente as empresas vão conhecer o negócio uma da outra integralmente. Por isso, além da criatividade da insurtech, a Icatu costuma enxerga o “brilho nos olhos” de quem está propondo a parceria.
“É difícil as empresas se conhecerem. Logo, a construção tem que ser junta. Ouve-se muito dizer que a companhia seguradora está preparada para fazer venda digital. Na prática, poucas de fato estão. O que a gente se depara é a desconfiança das insurtechs e, por isso, disponibilizamos um ambiente Sandbox na prática dentro da Icatu que faz o parceiro sentir confiança”, salientou Hinrichsen.
A Icatu enxergou o “brilho nos olhos” dos representantes da fintech Grão, adquirida no primeiro semestre do ano passado pelo Grupo Primo. “Além do brilho nos olhos, temos uma equipe preparada e dedicada para o negócio”, destacou Mônica Saccarelli, CEO da empresa. Inicialmente, a parceria consistia em oferecer oportunidades de investimento em previdência privada, mas, devido ao sucesso da parceria, a fintech e a seguradora estão expandindo o negócio.
Recém-chegada no mercado de seguros, Mônica está incomodada com algumas operações que, na sua visão, se tornaram obsoletas. “Tem bastante coisa para evoluir, como os pagamentos feitos em boleto. O PIX hoje é o que mais gostamos de trabalhar para a parte de gestão financeira”, ressaltou a executiva.
O que pensa uma corretora de seguros?
Daniel Monteiro, diretor de negócios da BV Corretora de Seguros, avaliou que uma parceria bem alinhada depende de vários fatores, como “olhar se as estratégias são complementares para não rolar um grande atrito e entender se o propósito das empresas são convergentes. É preciso, ainda, ter bases de tecnologia. Não adianta ter uma empresa ultrapassada e plugar numa empresa moderna. Se não tiver ‘feat’, nem começa mesmo que a remuneração seja boa”.
A BV Corretora de Seguros possui mais de 15 anos de história, com 35 produtos no seu portfólio oriundos de 15 seguradoras. Em 2022, a companhia atingiu R$ 1 bi de prêmios emitidos, conquistando o reconhecimento de melhor gestão financeira de corretora de seguros.
Monteiro ressaltou que as empresas precisam ser flexíveis para ajustar os seus produtos. “Nesses casos, a proximidade é super relevante, pois deve existir uma troca constante em quem está envolvido nos projetos, garantindo o alinhamento de todo mundo. É preciso desenhar um produto que faça sentido para o cliente”.