A evolução tecnológica está transformando a operação e distribuição no mercado de seguros. Executivos do setor discutem como essas mudanças impactam suas empresas e estratégias, destacando os desafios e oportunidades que surgem nesse cenário dinâmico, durante a 7ª edição do Insurtech Brasil.
Marcel Giacon, Diretor Comercial Corporate, Varejo & Bancassurance da FF Seguros, observa que a tecnologia já se consolidou nas operações de grandes riscos, como atendimento, regulação, subscrição e acompanhamento da experiência do cliente. “Na distribuição, é um tema que ganha mais agilidade, com modelos que começam a ser testados e validados. Especificamente para a FF, há um grande processo de especialização. Hoje, atacamos os gargalos operacionais para sobrar mais tempo para os riscos”, explica Giacon.
No setor agro, que funciona como uma operação de varejo, a tecnologia está mais avançada. “Conforme nosso setor aprende a lidar mais com tecnologia, isso começa a entrar mais na agenda dos executivos e companhias”, acrescenta Giacon.
Ilan Kajan Golia, VP de Riscos Corporativos da Alper Seguros, aponta que o grande risco não se classifica pelo ramo de seguros, mas pela característica do risco em si, da importância segurada e do LMG. “Existe dificuldade de empregar tecnologia, pois é um mercado muito relacional, tanto com o cliente quanto com o player. As negociações são muito particulares. Porém, em seguros menores, é essencial escalar para lidar com o pequeno ticket”, afirma Golia.
Ele destaca a importância da inteligência artificial e das redes neurais para melhorar a qualidade e a experiência do cliente no seguro, mesmo em grandes riscos. “No varejo de riscos corporativos, é fundamental o emprego da tecnologia”, diz Golia.
Para atender pequenos e médios clientes, a Alper Seguros criou uma área específica. “A velocidade no atendimento é muitas vezes mais importante do que a qualidade técnica do contato. Investimos muito em EPI e automatização”, revela Golia.
Marcel Giacon complementa que, na FF Seguros, também existe um gargalo no atendimento. “Temos um limite de pessoas, então a discussão é como capturamos essa inteligência e entregamos na ponta. Dentro da digitalização, preparamos pacotes e encontramos o canal correto para distribuir”, explica.
Parcerias Estratégicas e Tecnológicas
Marcel Giacon enfatiza que a parceria estratégica é fundamental para o varejo. “O primeiro pilar é como conseguimos ‘varejar’ dentro da carteira de grandes riscos, dando recorrência e pulverizando os riscos. O segundo pilar é ter produtos de prateleira, mais simplificados. E o terceiro é a parceria, que envolve entender a dor e colocar a tecnologia. Exige mais eficiência no canal, mas a parceria estratégica faz total sentido”, ressalta.
Ivan Kajan destaca que as companhias estão investindo cada vez mais em tecnologia e transferindo parte das operações para os corretores de seguros. “Investimos em um braço forte de tecnologia e somos precursores em tecnologia de seguros, tanto para o backoffice quanto para os nossos clientes. Outro investimento importante foi na área de transporte, acompanhando todo o percurso do transportador segurado ou importador”, explica Kajan.
A 7ª edição do Insurtech Brasil conta com apoio da TransUnion, Vindi, CSD BR, Sompo Seguros, .add, Guy Carpenter, FF Seguros, Conversu, Lina, Sensedia, Split Risk, Lefosse, Alper, Evertec + Sinqia, 180 Seguros, Guru Spoc, Pier, Suthub, Guidewire, Capgemini, Poupz, Izzidata e Smash Gift Cards.