Para falar de tendências e inovação no mercado de seguros, é preciso lembrar de como esse setor se desenvolveu nos últimos anos. Foi assim que começou o painel “Tendências e Inovações na voz das lideranças do mercado”, no Insurtech Brasil 2024, com a mediação de José Prado, Founder, Insurtech Brasil & Associação Brasileira de Insurtech.
Renan Magri, Chief Revenue Officer, da 180 Seguros, iniciou comentando que o mercado de seguros teve um crescimento exponencial em 2023 e que cresceu 10% ao ano nas últimas décadas, mas que agora há novos desafios. “Hoje estamos em um movimento de ofertas de seguros mais avançados e já conseguimos precificar melhor e oferecer produtos mais assertivos para determinado cliente”.
Ele complementa dizendo que “as empresas estão se preparando para o que pode acontecer em alguns anos, aumentando a rentabilidade e trazendo um produto conveniente e, para isso, a integração de API tem sido importante”.
Roberto Ciccone, Vp Comercial & Cro da Transunion, ressaltou que a evolução do mercado de seguros na utilização de dados tem sido perceptível nos últimos 12 meses. “As seguradoras estão mais preocupadas com o uso de dados, que estão usando os dados melhores, e como há muitas fraudes acontecendo, essa é uma preocupação latente. Apesar disso, a inteligência artificial também contribui, por exemplo, com o corretor de seguros, no que se diz respeito a melhor distribuição de produtos”.
Quando o assunto é resseguros, a tecnologia também pode e deve estar presente na análise de riscos. “O apetite do resseguro para insurtech sempre vem direcionado para dispersão do risco, pois o risco da companhia é maior em catástrofe da natureza e, por isso, é necessário para o ressegurador ter tecnologia para estar atento a esses sinistros”, comentou Pedro Farme, Ceo Brasil, da Guy Carpenter.
Para ele, o ressegurador tem que ser visto como aporte de capital. “Muito do que é eficiente para um ressegurador não necessariamente é para outro. Tem um visando o crescimento, outro a margem. O setor ganhou relevância de mais de 20 da indústria e com isso temos uma capilaridade maior aqui no Brasil e no mundo”, complementa Farme.
Importância dos dados e inovações para o futuro
Para falar do futuro, Pedro Farme lembrou da catástrofe no Rio Grande do Sul, ao citar que várias seguradoradoras não tinham a real noção de suas exposições ao risco. “A quantificação da exposição passa a ser fundamental e nosso mercado é extremamente desenvolvimento para isso, porém, não tínhamos demanda. Agora esperamos chegar mais da avaliação a exposição de regiões de atividade sísmica, trabalhando mais os produtos que se enquadram nessas demandas, para que a compra de seguros seja mais eficiente. Esse evento trouxe perspectiva para indústria de um copo meio cheio, pois dessa forma, o mercado patrimonial brasileiro vai para o mesmo patamar do mercado patrimonial japonês, que é uma das maiores economias do mundo”.
Para Ciccone, a tendência é o uso de dados para suprir a expectativa do cliente e para lidar melhor com a concorrência no mercado. “Se a seguradora quiser ser relevante para seu cliente, tem que endereçar a suas expectativas naquele momento da compra do seguro, porque hoje o cliente sabe o que quer, que é comprar com um clique, que a companhia conheça o perfil dele, que ele consiga mudar o perfil do seu risco facilmente. Ou seja, é a hiper personalização com o uso de dado. Com um cliente mais exigente, há uma concorrência mais complexa e com isso a entrada de outras empresas no setor de seguros, para melhorar o uso de dados na companhia”.
Para Renan Magi, o Brasil tem uma tendência de crescimento nos próximos anos em relação a expansão do mercado de seguros. Com o uso de dados, conseguimos falar dos produtos novos para os clientes já existentes na carteira e aumentar essa penetração na população”.
Segundo ele, há três pontos relevantes que devem ser levados em consideração pelas insurtechs que chegarão ao mercado. “O primeiro é que estamos competindo com seguradoras gigantes e por isso é preciso trazer pessoas certas e especialistas do mercado, pois temos que inovar dentro da regulação. Outro ponto, é a importância de trazer com o negócio uma companhia de resseguros para desenvolver os produtos com credibilidade. E a terceira alavanca do mercado é a solvência, para ter capital suficiente para crescer ainda mais”.
A 7ª edição do Insurtech Brasil conta com apoio da TransUnion, Vindi, CSD BR, Sompo Seguros, .add, Guy Carpenter, FF Seguros, Conversu, Lina, Sensedia, Split Risk, Lefosse, Alper, Evertec + Sinqia, 180 Seguros, Guru Spoc, Pier, Suthub, Guidewire, Capgemini, Poupz, Izzidata e Smash Gift Cards.