O ecossistema do mercado de seguros é um ambiente interconectado que envolve seguradoras, corretoras, clientes, tecnologia, reguladores, prestadores de serviços, startups, instituições financeiras e parcerias estratégicas e tecnológicas. Esse sistema facilita a distribuição, subscrição, gerenciamento de sinistros e personalização de produtos de seguros.
O mercado de seguros no Brasil é impulsionado pela integração de tecnologias inovadoras e pela criação de ecossistemas abrangentes. Hugo Assis, Diretor Geral da Mapfre; Murilo Riedel, CEO de Seguros do Santander Brasil; e Rodrigo Caramez, Chief Strategy Officer da Sompo, compartilham suas perspectivas sobre essas mudanças durante a 7ª edição do Insurtech Brasil.
Hugo Assis destaca a importância de parcerias para entender a jornada dos consumidores. “Estamos focados na experiência do cliente ao alugar um carro, por exemplo, e utilizamos parceiros para mapear essa jornada. Isso gera uma experiência indireta com os seguros. Além disso, investimos em fundos de participação em outras empresas, como as de drones, para melhorar a mobilidade dos clientes. O ecossistema é ainda pouco explorado no Brasil, mas estamos avançando, especialmente no setor automotivo e com startups.”
Murilo Riedel enfatiza que grandes bancos são plataformas repletas de oportunidades. “Investidores e inovadores muitas vezes não percebem as reais oportunidades dentro de um banco. O Santander, por exemplo, possui seguradoras, corretoras, empresas de gerenciamento de frotas, entre outras. É interessante notar que o próprio banco, às vezes, não se conecta completamente com todas essas oportunidades. Precisamos identificar soluções que conectem os clientes com todo o ecossistema disponível”.
Já Rodrigo Caramez sugere que as empresas devem conhecer melhor seus próprios ecossistemas. “Nem todas as empresas conseguem montar um ecossistema completo. Os bancos estão mais avançados, enquanto seguradoras que não são ‘bank isurance’ ainda estão aprendendo a entender a matriz de risco e relacionamento. Na Sompo, estamos focados em conhecer o cliente e o setor para construir nosso ecossistema de forma eficaz”.
Hugo Assis menciona que o setor agro é um dos mais inovadores no mercado de seguros. “Utilizamos tecnologia para aumentar a penetração no agro. Cada vez mais áreas que não eram seguradas no passado estão sendo cobertas graças a empresas especializadas. Por exemplo, ferramentas de subscrição ajudam a aumentar a possibilidade de vender seguros agro para áreas anteriormente consideradas inviáveis”.
Murilo Riedel observa que o ecossistema de saúde é vasto e pouco explorado pelos bancos. “Além de planos de saúde e operadoras, esse ecossistema inclui profissionais de diversas áreas. A telemedicina, por exemplo, embora não seja mais uma novidade revolucionária, é apenas a ponta do iceberg. Há muito potencial inexplorado”.
As tecnologias desatélite e medição também podem ser usadas para gerenciar sinistros à distância. “A pandemia nos ensinou a lidar melhor com o cliente e aplicar a tecnologia de forma eficaz. O setor agro é o mais avançado nesse sentido”, comenta Rodrigo Caramez.
Ele explica que a Sompo reduziu o número de corretores com os quais trabalha, mas se especializou para oferecer soluções mais personalizadas. “A grande inovação foi entender o setor de seguros e realizar pesquisas específicas entre os corretores. As seguradoras precisam se relacionar de forma mais ativa com os corretores”.
Hugo Assis acredita que as inovações vêm de fora para dentro. “Temos a capacidade de modular processos de forma inteligente. Há muito espaço para empresas de tecnologia no ecossistema de saúde. As seguradoras devem procurar novas parcerias para propor processos inovadores”.
A 7ª edição do Insurtech Brasil conta com apoio da TransUnion, Vindi, CSD BR, Sompo Seguros, .add, Guy Carpenter, FF Seguros, Conversu, Lina, Sensedia, Split Risk, Lefosse, Alper, Evertec + Sinqia, 180 Seguros, Guru Spoc, Pier, Suthub, Guidewire, Capgemini, Poupz, Izzidata e Smash Gift Cards.