Seguradoras precisam de ganho de maturidade para implementar o SRO
Sistema é fundamental para as companhias organizarem as informações
Sob a mediação do CEO da Insurtech Brasil, José Prado, três especialistas debateram o tema “Desafios e o Futuro do SRO (Sistema de Registro de Operações)”, dando sequência aos temas apresentados na sala 2, durante o Insurtech Brasil 2024. Cristiano Cesário, coordenador-geral da Superintendência de Seguros Privados (Susep), iniciou as apresentações ao comentar que o objetivo principal do SRO é “disponibilizar um repositório de informações para que a autarquia traga novos serviços ao cidadão e melhore a supervisão”.
Prado comentou que o SRO está no cerne do empreendedorismo. “Nós percebemos que há uma oportunidade no mercado. A grande dificuldade é saber tratar as diferentes características das seguradoras, padronizar e definir o conjunto de dados para construção de uma plataforma única. “É um trabalho árduo”, comentou Daniel Polano, CTO da CSO BR.
Maturidade nas seguradoras
Para Luiz Gustavo Anastácio, associate partner da BTG Pactual, é preciso que a seguradora atinge um nível de maturidade tecnológica quanto ao registro de informações. Quanto melhor essa maturidade, mais bem preparada estará os mais diversos segmentos de seguros, sobretudo os produtos de garantia. “Agilidade e segurança são fundamentais para otimizar a gestão do negócio. O BTG Pactual Empresas oferece várias soluções de automação para atender às necessidades das empresas”, destacou Anastácio.
Cesário lembra que o SRO proporcionou um “efeito colateral” nas seguradoras, de sair da fase do ‘papel’ e digitalizar as informações. Assim, o próprio mercado melhorou o nível de controles internos. Segundo o coordenador da autarquia, ao longo do tempo, foi necessário estabelecer um diálogo permanente com os entes envolvidos e acomodar as informações. Um trabalho intenso da Susep desenvolvido ao longo de 2023.
Em seguida, Prado fez uma provocação: “Muitas seguradoras não tem o dado final do cliente. Sem um controle específico”. Polano, por sua vez, avaliou a questão na ótica das registradoras. “O Modelo construído pela Susep é adequado para as empresas. Existe em curso um processo de maturação dos dados”, afirmou. Ele ainda ressaltou: “A superintendência chamou o mercado inteiro para inovar neste sentido, ou seja, prover e registrar todos os ramos dos seguros. O que vai permitir a evolução do próprio setor”. Por último, o executivo ressaltou que a CSO BR desenvolve um trabalho educacional junto às seguradoras. “Estamos à disposição”.
SRO: “pedra preciosa em estado bruto”
Já ótica de Anastácio, é preciso planejamento que garanta a sustentação de novos projetos. “É evidente que há um custo operacional. Conforme o ganho de maturidade, há investimentos em novos API e novos modelos de conversa. O principal problema neste sentido são as conversas com as seguradoras e instituições de classe. É preciso colocar as pessoas certas na sala”, advertiu.
O mediador José Prado questionou então sobre qual seria a principal barreira para o sucesso do SRO no mercado. “O sistema já é um sucesso. Não existe mais barreira de acessos para seguradoras que se automatizaram e oferecem de forma transparente uma Jornada para o cliente. Caso contrário, elas não vão se sustentar. Mas tenho uma visão muito positiva quanto ao futuro do SRO”, respondeu o executivo da BTG Pactual. Cesário concorda: “Os dados do SRO são uma pedra preciosa em estado bruto. Precisaremos trabalhar e lapidar as informações. Esperamos que o SRO seja uma joia nos próximos anos”.